A MALDIÇÃO DO ZÉ ALCIDES

Existirá uma maldição lançada por José Alcides sobre Pindaíba?

Vou contar os fatos. Fica a crença para os intérpretes mais religiosos; fica o ceticismo aos que não acreditam nas coisas do outro mundo.

No dia do lançamento da Pindaíba, em Quixadá, o dia acordou com a cabeça do busto do padre Luis Braga Rocha, lançada no calçamento pela ação de um insano que nela agarrou-se. Não se dá notícia do insano. Acredita-se ser mais uns dos tantos chipados que vagam na terra dos monólitos. Seres de outro mundo que voam no céu estrelado do Quixadá. Teria a maldição origem nas profundezas do cosmo, no planeta que habita malditos? Foi de lá que José Alcides Pinto fez vingar a maldição?

Na mesma noite, viu-se a complacência nobre e serena do Poeta de Meia Tigela bradar impropérios e lançar o copo no chão. Além de todos os brados, os pensamentos insanos, a loucura desenfreada, a noite mergulhada na luz eufórica da lua. Ele e uma legião de demônios, seus acólitos, dançaram, beberam, cantaram litanias sombrias, entre as pernas de putas e pudicas, evocando as tristezas ancestrais dos cavaleiros que se recolhem quando se anuncia a aurora.

O maldito Tejo foi enterrado, e no seu túmulo fincada uma cruz por aquele que anunciou a maldição, André Dias, editor da Pindaíba. O mesmo homem que distorceu a face altiva do poeta José Alcides Pinto e a tornou o mais torpes dos seres que habitam esse mundo: uma velha interesseira e vil, uma sombra, um simulacro, da velha que foi assassinada por Dostoiévski, o homem personagem de Dos.... É o espírito de sombras rondando nossas cabeças.

Felizmente a velha foi exorcizada em plenilúnio, com os mesmos desconjuros lançadas ao execrável Ser Fétido, habitante entre as baratas, Haroldo Barbosa. Este que também poder ser a encarnação mais torpe da velha maldita.

Na noite do Manifesta, ao som do hare-hare a mardita partiu para habitar entre os seus, no planeta vermelho, junto ao poeta Alcídes Pinto. Deus, Nosso Senhor, permita que lá ela fique e nunca mais sirva de Para-Raio de Malucos. Que venha a Pindaíba nº 21, que venha “o encontro do Céu e o Inferno. Evóe William Blake.