DOIS POEMINHAS DE CABARÉ por andré dias

PREFERIA QUE O NOME DELA NÃO FOSSE SANDY

então ela foi logo falando:
não beijo na boca
não chupo sem camisinha
não dou a bundinha

adorei aquilo
e lhe dei 90 paus para
fuder comigo

mas antes perguntei:
posso pelo menos chupar os peitinhos?


ADORNO DE CABARÉ

ela estava sentada
sobre o balcão,
pernas cruzadas,
cabeça apoiada sobre o punho fechado
sob o queixo.

a princípio não tive certeza,
pensei que fosse um adorno
enfeitando o cabaré.

quando me aproximei
vi seus grandes olhos verdes
tristes, perdidos e petrificados

o balanço despreocupado
de seu diminuto pezinho
me guiou no transe
e cheguei até ela:

posso tocar?
só para me certificar se
é de verdade?

com uma leve mudança
de expressão ela consentiu.
toquei em seu pezinho
e na sua panturrilha de mármore leitoso
de vaca holandesa.

realmente se tratava de
uma linda rapariga.

mas naquela noite
preferi mesmo foi
uma feinha que me
serviu cerveja.